23 de novembro de 2007

Claro que os jornalistas têm o direito de fazer as perguntas que muito bem entenderem, incluindo perguntas parvas e a despropósito, mas o seleccionador também tem o direito de não gostar delas — e de reagir em conformidade. Não é assim? A avaliar pelas reacções, não é assim. Scolari é detentor de um cargo importante, e principescamente pago para o desempenhar. Deve, por isso, comer e calar, e não fazer ondas. Acontece que os regulamentos não o proíbem de dizer o que pensa, ou de discordar quando achar caso disso. Por muito que custe a alguns, são estas as regras do jogo. Posto isto, devo acrescentar, ainda, que em nenhuma ocasião me senti envergonhado com a postura de Scolari, mesmo quando não se portou como devia. Aliás, duvido que haja um único português que tenha razões para sentir vergonha de Scolari. Afinal, o seleccionador sempre fez o que achou melhor para a selecção, e os frutos estão aí para o demonstrar. Dizem alguns que os resultados não são tudo, que outros valores se levantam. Discordo. Se o seleccionador fosse uma excelente pessoa mas não tivesse resultados, há muito que teria sido despedido. Se a selecção que comanda jogasse bonito mas não alcançasse os objectivos, ninguém hesitaria em crucificá-lo. Como se vê por estes exemplos, a que se poderiam juntar muitos mais, as coisas são o que são. O resto pode ser muito bonito, mas só os resultados é que contam.