22 de dezembro de 2018

MEA CULPA. Depois do que se passou nos últimos dias, devo dizer que a minha opinião sobre Trump é pior do que dantes. Trump garantiu que o ISIS na Síria tinha sido derrotado (mentira), e que as tropas americanas lá instaladas iriam, por isso, regressar (outra mentira). Foi, no plano externo, mais um alinhamento com o amigo Putin, e no plano interno, a gota d'água que terá levado à demissão do secretário da Defesa — que sobre este assunto não terá sido ouvido nem achado. Cometeu, além disso, a proeza de ficar sozinho, deixando aliados e adversários primeiro de boca aberta, depois seriamente preocupados. Cada vez mais encurralado pelas aventuras em que se meteu, começo a pensar se Trump já não estará a negociar a resignação em troca de impunidade. Seria, parece-me, o melhor que poderia fazer. Antes que já nem com isso se safe.

7 de dezembro de 2018

HUMILHADO MAS POUCO OFENDIDO. Se Trump percebeu alguma coisa do que foi dito na catedral de Washington sobre George Bush, só pode sentir-se humilhado. Os valores do ex-Presidente exaltados por todos os oradores demonstraram, por contraste, mesmo que involuntariamente, tudo o que Trump não é. Infelizmente, não será agora que o ainda inquilino da Casa Branca irá mudar de ideias — e, sobretudo, de comportamento. Trump continuará a ser um homem só, doentiamente só, em luta constante contra os seus próprios fantasmas — e agora, presumo, com os esqueletos prestes a sair do armário. Já disse um cento de vezes que o sujeito vai acabar mal. Só não esperava que demorasse tanto.