13 de junho de 2023

QUE ASSIM SEJA. Donald Trump foi sexta-feira acusado pela justiça americana de ter cometido 37 crimes devido a posse ilegal de documentos classificados (sobre armamento nuclear, operações militares, potenciais vulnerabilidades dos EUA e outros segredos de Estado) e posterior recusa em devolvê-los. A ser condenado, a lei prevê décadas de prisão. Isto depois de já ter sido acusado, em Abril, de ter cometido 34 crimes de falsificação de documentos de modo a comprar o silêncio de uma actriz porno e a encobrir outros crimes de modo a não ser prejudicado na corrida à Casa Branca em 2016; e de ter sido condenado a pagar cinco milhões de dólares por agressão sexual. Faltam ainda as acusações que hão-de vir da Georgia (tentativa de mudar os resultados eleitorais a seu favor) e de Washington DC (invasão do Senado para impedir que os resultados eleitorais das Presidenciais de 2021 fossem oficializados). Como se costuma dizer, Trump é inocente até prova em contrário. E está a ser vítima de «caça às bruxas», uma novela por ele inventada para consumo da seita e à custa da qual tem embolsado milhões. Mas se fosse um cidadão comum o acusado de estar metido nestas alhadas, estaria, seguramente, em prisão preventiva. A acusação formal, conhecida hoje num tribunal de Miami (onde esteve formalmente detido), confirmou os crimes de que é acusado, acrescentou as medidas de coação, e ficou-se a saber que Trump se declarou «não culpado». O futuro dirá o desfecho. Mas a abundância de provas e a gravidade dos crimes de que é acusado não deixam margem para dúvidas: não vai acabar bem para ele. Assim sendo, que assim seja.