18 de março de 2024
CHEGA. Todos os partidos políticos com assento parlamentar parecem apostados em afastar o Chega do próximo Governo. A coisa soa bem à primeira vista, mas à segunda, e apesar das aparentes boas intenções, nem tanto. Afastar o Chega do poder terá, mais cedo do que tarde, consequências nefastas para o já debilitado regime democrático. Fazendo-se de vítima, o partido de Ventura não deixará de capitalizar com a marginalização, exigindo em próximas eleições, provavelmente mais cedo do que seria desejável, os votos necessários para que não dependa de terceiros para ser governo. Não tenho varinha mágica para adivinhar o que o futuro dirá. Parece-me, contudo, que seria bom comprometê-lo de algum modo com o próximo governo, secando-lhe assim a veia do protesto — até ver a única coisa que o move e lhe valeu quatro vezes mais deputados no parlamento. Luís Montenegro partiu para a campanha eleitoral jurando que jamais faria uma coligação com o Chega. Na minha opinião, um erro monumental. Se agora lhe fica bem manter o que prometeu, parece-me caro o preço que terá de pagar. O PSD, mas, sobretudo, o país.
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