3 de novembro de 2004

Como aqui tinha prometido, votei em George W. Bush. Votei em George W. Bush pela razão que, então, apontei, mas não só por essa razão. Por exemplo, nunca achei que John Kerry fosse alternativa credível a Bush. Pior: nunca lhe vislumbrei firmeza em nada de substancial, e os tempos que correm requerem firmeza. Além de que, quer se goste ou não da ideia, uma vitória de Kerry não deixaria de ser vista como uma condenação da política de combate ao terrorismo seguida pelo presidente Bush e, por arrasto, uma vitória do terrorismo, apesar de ser claro que nada de substancial mudaria sobre esta matéria caso Kerry ganhasse. Mas já tenho dúvidas qual seria o melhor candidato se falarmos de política interna, assunto irrelevante para o resto do mundo mas que, para os americanos, é tão ou mais importante que a questão da segurança. Por todas estas razões, e por outras que seria fastidioso enunciar, não tenho grandes motivos para comemorar a vitória de Bush, como não teria ficado deprimido caso tivesse ganho Kerry. Mas não digo que não apreciei a vitória. Apreciei, mas encaro-a com um misto de alívio e apreensão.