24 de janeiro de 2006

O famoso «movimento de cidadania», um eufemismo que designa uma coisa que ninguém sabe o que é, provavelmente a começar pelo seu «mentor» (Manuel Alegre) e por quem lhe está mais próximo, promete não «ficar por aqui». Tudo isso por causa do milhão e tal de votos que Manuel Alegre conquistou no último domingo, e porque há quem pense que o candidato «deve fazer alguma coisa» com os votos que obteve. Ora, não me parece necessário ser um especialista em política para constatar que «o movimento de cidadania» que votou em Manuel Alegre mais não foi do que um acto de revolta que se esgotou com a votação em Manuel Alegre. Além disso, quem acredita que Manuel Alegre continuaria interessado num «movimento de cidadania» caso amanhã vislumbrasse a hipótese de chegar à liderança do seu partido? E quem já se não lembra das experiências semelhantes do passado? Movimentos de cidadania liderados por facções dos partidos, ou por políticos afastados do poder nos seus partidos, não vão longe nem costumam dar bons resultados.