30 de março de 2006

Freitas do Amaral, outra vez. Agora por causa de uma conferência de imprensa na sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros canadiano em que recusou participar por ter sido vedada à imprensa portuguesa, que posteriormente considerou «um pequeno acidente de percurso». Desconhece-se, à hora a que escrevo, mais pormenores sobre o caso, nomeadamente as razões invocadas para impedir o acesso aos jornalistas portugueses. Mas uma coisa é certa: independentemente das razões que lhe poderão assistir, Freitas do Amaral agiu com pouca diplomacia. É preciso não esquecer que o ministro dos Negócios Estrangeiros se deslocou ao Canadá para defender os interesses dos portugueses que lá se encontram em situação ilegal, pelo que seria de esperar todos os cuidados diplomáticos e um pouco mais de humildade. Cuidados que também não foram muitos quando Freitas do Amaral resolveu afirmar, antes da partida para o Canadá, que lhe parecia ter havido algum excesso de zelo no processo de deportação dos portugueses. Mas há mais: pouco depois do incidente da conferência de imprensa, o ministro dos Negócios Estrangeiros resolveu advertir o Governo canadiano para o «grave prejuízo para a economia do Canadá» caso «os trabalhadores portugueses [do sector da construção civil] começassem todos a ser mandados embora». Isto é, Freitas do Amaral resolveu dar lições de economia ao Governo canadiano. E depois ainda me acusam de ter um problema com Freitas do Amaral.