4 de setembro de 2007

Não sei quem tem razão na disputa que opõe o Ministério da Educação aos sindicatos dos professores por causa dos docentes «que não foram colocados», mas é provável que ambos tenham alguma e nenhum a tenha toda. Percebi, porém, as razões da ministra da Educação, mas já não posso dizer o mesmo dos sindicatos. A ministra diz que o Estado não pode empregar professores de que não necessita — o que, a ser verdade, é um argumento que se entende. Já os sindicatos dizem que isso não é verdade, que o ensino público precisa de mais professores — mas não dizem onde nem porquê. Há outro aspecto também evidente: existem professores a mais para as necessidades, públicas e privadas, e o Estado não tem que lhes dar de comer. A ser verdade o que diz a ministra (Maria de Lurdes Rodrigues diz que o ensino público tem um professor por cada onze crianças no primeiro ciclo e um professor por cada sete estudantes no secundário), o ensino público está, em termos de quantidade, muitíssimo bem servido de professores. Aliás, que países do primeiro mundo se podem gabar de tais números?