4 de abril de 2008

ERC. Não me surpreenderia que a RTP esteja, de facto, a ser tendenciosa em matéria de informação relativa ao Governo e à Oposição, como acusa a ERC. Aliás, quem se surpreenderia? Desde quando a RTP não esteve ao serviço do Governo, deste e doutros governos? Desde quando seria de esperar outro comportamento da televisão do Estado que não seja beneficiar quem nela manda? Desde quando quem lá trabalha não tem que obedecer a quem lhes paga? Depois, como não suspeitar de uma televisão gerida pelo Estado? Como não suspeitar que o Estado é mais bem tratado que a Oposição mesmo que não haja o mais leve indício? Finalmente, a forma como se avalia esta questão levanta dúvidas, a começar pelas metodologias usadas. Claro que se pode — e deve — aferir (e vigiar) o comportamento da televisão pública, e questioná-lo sempre que for caso disso. Só que, de tão vista, duvido que alguém acredite nesta novela. É que qualquer pessoa que siga de perto a questão da RTP e mantenha algum distanciamento, nomeadamente distanciamento dos partidos políticos, dificilmente concluirá o que quer que seja.