22 de outubro de 2008

MACHADO E AS GRALHAS. Protestei, em tempos, contra a digitalização das obras de Eça e Camilo (Projecto Vercial), por considerar que o excesso de gralhas que elas continham (desconheço se já foram corrigidas) não abonavam os seus autores, e por achar que me venderam gato por lebre. Constato, agora, mais ou menos o mesmo em algumas obras de Machado de Assis disponíveis na internet, que as gralhas por vezes tornam ilegíveis partes inteiras (pelo menos nas crónicas reunidas no volume A Semana, que estou a ler). É sabido que uma boa ideia (sem dúvida que colocar a obra de Machado de Assis na internet é uma boa ideia) não basta para se fazer bem feito. E não fazer bem feito, por vezes, é pior que não fazer, como penso ser o caso. É que o texto, como está, não serve o autor, não serve o leitor, não serve nada ou ninguém.