3 de abril de 2009

PROSA DE VIAGENS. A propósito de O Velho Expresso da Patagónia, que o Nuno acaba de traduzir e cujo original li há meia dúzia de anos, e do Encontro de Literatura em Viagem, onde me dizem que o autor vai estar presente, gostaria de dizer o seguinte: é uma pena que o Francisco não escreva (e publique) mais prosa de viagens. As crónicas que ele escreve para a Volta ao Mundo são, desde há muito, a única razão que ainda me leva a comprar a revista, cada vez mais difícil de distinguir de um mero catálogo de viagens. O Francisco é dos poucos que relata a experiência pessoal da viagem (o que viu, o que sentiu, o que leu sobre os locais que visitou), a única que realmente me interessa. A maioria dos prosadores do género — e não me refiro, apenas, aos prosadores portugueses — limita-se a escrevinhar meia dúzia de parágrafos a introduzir dezenas de páginas de enciclopédia, e para enciclopédia basta-me a dita. Infelizmente, foram muitas as decepções para me atrever a dizer que sei do que falo, e quem está a par da literatura de viagens sabe que não exagero.