22 de maio de 2009

TORTURA. Como seria de esperar, o tribunal absolveu os inspectores da Judiciária que foram acusados de torturar Leonor Cipriano por não conseguir provar quem a agrediu e de que modo. Temos, assim, que a agressão de que Leonor foi vítima terá sido feita pelas escadas para onde se terá atirado, segundo um espectador da PJ com o intuito de se suicidar. Agressão que, sublinhe-se, o ex-inspector Gonçalo Amaral negou ter conhecimento cinco meses após ter ocorrido, depoimento que lhe valeu um ano e seis meses de prisão com pena suspensa por se ter verificado não ser verdadeiro. Foi, aliás, o mesmo Amaral quem dirigiu a investigação do «caso Maddie», de que viria a ser afastado em circunstâncias não inteiramente esclarecidas e que posteriormente publicou um livro onde «provou» o que não conseguiu provar quando estava no activo. Contrariamente a outras, a história de Leonor Cipriano percebe-se lindamente. Percebe-se, sobretudo, o facto de ela ser uma pobre coitada, e não ter meios para se defender das agressões de que foi alvo e que o tribunal agora deu como provadas. Fosse outra a vítima e jamais teria caído das escadas.