10 de julho de 2009

CARREIRAS POLÍTICAS (2). A deputada Ana Gomes insiste no que julga ser uma lógica implacável e um argumento irrefutável: foi candidata ao Parlamento Europeu, mas os eleitores sabiam de antemão que renunciará ao mandato de eurodeputada caso seja eleita presidente da Câmara de Sintra. Acontece que a «honestidade» e «transparência» com que diz ter actuado não bastam para esconder o óbvio. E o óbvio é que a candidatura ao PE foi, no mínimo, um expediente pouco recomendável, e eticamente reprovável. Os eleitores sabiam que ela abandonará o PE caso seja eleita para Sintra? Também Ana Gomes sabia que os eleitores votariam, nas Europeias, no partido por quem se candidatou, e não especificamente nela. A eurodeputada sabia, portanto, que seria eleita, acontecesse o que acontecesse, apreciassem ou não a sua conduta. Resta esperar que nas autárquicas tenha aquilo que merece.