3 de agosto de 2009
DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS. Muito comovente a prosa que Moita Flores deu à estampa no Correio da Manhã a propósito do «caso» Fátima Felgueiras, especialmente a parte onde ele diz que os media se fartaram de condenar a autarca por crimes que o tribunal agora diz não ter cometido. Comovente porque o cavalheiro não aplicou o mesmo princípio (a presunção da inocência) aos pais de Madeleine McCann, sobre os quais se fartou de insinuar, no mesmo jornal, que eram mais que suspeitos de terem matado a própria filha, e com o agravante de não apresentar um único facto (repito: um único facto) que fundamentasse as suspeitas. O mais interessante é que Moita Flores foi agente da PJ, pelo que seria de esperar um pouco mais de comedimento. Isto, claro, partindo do princípio que o comedimento é um valor caro à PJ, embora raramente se note.