10 de dezembro de 2010

CIBERATAQUES. Seria de esperar que a WikiLeaks se demarcasse dos ataques efectuados por hackers aos sites das redes Visa e Mastercard, entre outros, que os responsáveis por esses ataques — um grupo denominado «Anonymous» — justificaram como protesto pela prisão de Assange, acusado pela justiça sueca — convém não esquecer — de crimes sexuais. É que os membros da WikiLeaks podem ser tudo, mas estúpidos é que não são. Afinal, o que distingue um ataque cibernético a uma empresa, causando prejuízos que podem ser astronómicos, de um mero assalto destinado a roubar dinheiro e/ou objectos de valor praticado por um bando de delinquentes? Não serão estes ataques dos «Anonymous» igualmente criminosos? Dizem-me que o tal grupo é composto por «activistas», por «pessoas que defendem a liberdade de expressão», assim procurando branquear os seus actos e justificar os seus comportamentos. Confesso as minhas dúvidas, mas concedo que poderá ser. O problema é que a perigosidade destes actos, na minha opinião muito maior que a divulgação dos documentos secretos, poderá levar à criação de legislação que se traduzirá em mais restrições à liberdade individual, precisamente o contrário do que os «activistas» pretendem.