7 de junho de 2012

SELECÇÃO (1). Manuel José diz que a selecção é um circo, que os jogadores não estão concentrados no que devem, que há excesso de mediatismo e falta de profissionalismo, que Portugal não está preparado para defrontar a Alemanha, que os jogadores vão de folga em carros de 400 mil euros, e que a selecção passa a vida em festas e mais festas. Tudo isto, segundo ele, porque o seleccionador é um jovem, a quem faltará autoridade para se impor. Também Carlos Queiroz disse umas coisas de que já não me lembro, mas que se poderão resumir numa frase: «No meu tempo é que era bom.» Só não disse que com ele à frente da selecção não estaríamos agora ralados com alemães e os demais que virão. Estaríamos, quando muito, a disputar uns lugares nas bancadas para ver os outros jogar. E também se esqueceu de contar um curioso episódio hoje relatado ao Correio da Manhã pelo ex-presidente da Federação, que por si só o deveria inibir de abrir a boca. Sim, tudo isto está longe de me cheirar bem. Não porque eu seja contra as críticas à selecção, mesmo injustas, disparatadas ou inoportunas, que as prefiro aos falsos unanimismos. Mas porque as críticas de Queiroz são puro ressentimento, e as de Manuel José são, no mínimo, pouco consistentes. Imaginem o que não se diria da selecção portuguesa caso os seus responsáveis permitissem aos jogadores o que permite a Alemanha.