13 de dezembro de 2012

MÁRTIRES DE OCASIÃO (3). Não sou grande entusiasta das teorias da conspiração, embora não ignore que as haja. Mas seria mesmo necessário afastar Nuno Santos para que a RTP, ou parte dela, possa ser vendida? O ex-director de informação impediria que o eventual negócio com os angolanos (ou outros) se concretizasse? Quem, uma vez na posse da RTP, ficaria impedido de afastar Nuno Santos do cargo ou, até, de o despedir? Por mais voltas que dê ao miolo, por menos que simpatize com o ministro que tutela a televisão pública, por mais que saiba que o cargo de director de informação se preste aos humores do governo em funções, não vejo relação entre o afastamento de Nuno Santos e a venda da RTP, muito menos motivo para «saneamento político», como Nuno Santos invoca. Sei que não é politicamente correcto dizer isto, até porque o ministro Relvas não merece que o defendam. Mas acontece que não aprecio ver os adversários apanhar pelos motivos errados. Porque isso lhe dá razões que doutro modo não teria, e porque sobram motivos para lhe bater.