26 de junho de 2013

OUTRA VEZ A GREVE DOS PROFESSORES. A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) e Mário Nogueira são, provavelmente, a agremiação sindical e o sindicalista mais odiados dos portugueses, na minha opinião com inteira razão. Embora uma e outro se movam segundo a vontade dos seus membros (grande parte dos professores do ensino público), a verdade é que eles atraem o ódio da generalidade dos cidadãos que em matéria laboral vivem muitos furos abaixo, e não têm, como os professores, possibilidade de fazer greve por tudo e por nada. Não, não me parece que por inveja. Mas por ser um direito que, na prática, eles sabem não ter, e que vêem os outros usar de forma incompreensível. Não é admissível que os professores sejam obrigados a fazer 40 horas semanais, como pretende a tutela? Que sejam colocados num regime que designaram por mobilidade especial? Com certeza que ninguém gosta de perder direitos, alguns deles muito difíceis de conquistar. Mas quantos trabalhadores do sector privado, professores incluídos, têm direito a contemplações na hora em que a entidade patronal decidir que já não são precisos? Como é sabido, vão direitinhos para o desemprego, e não há requalificação que os valha. Depois há outro factor de que raramente se fala, e é bom não esquecer: os professores do ensino público querem ser eles a ditar as regras das escolas e o seu papel dentro delas. Será preciso dizer que no ensino privado isto seria absurdo? E que o Governo, por mais absurdas que sejam as medidas que tome, tem a legitimidade para as tomar que os professores não têm?