24 de abril de 2014

UM CADÁVER ADIADO. A serem contempladas as pretensões de Angola e Moçambique, na prática o Acordo Ortográfico já era. Só é pena que os países em causa não recusem aplicá-lo, o actual ou outro que vier, pela razão mais substantiva de todas: tirando quem dele beneficia, a começar pelo seu principal responsável, o Acordo não é necessário para coisíssima nenhuma, e ao contrário do que pretendem angolanos e moçambicanos (ver contempladas as variantes locais), a coisa pretende unificar as diversas grafias. Quanto mais tempo se levar a admitir a evidência (e a agir em conformidade), pior será para a língua portuguesa, onde o caos ortográfico está praticamente instalado. Haja coragem para assumir o erro, que as indemnizações (ouvi dizer que milionárias) a que terão direito quem fez contratos com Estado pressupondo a entrada em vigor do novo Acordo se resolverão — e não podem, de modo algum, servir de pretexto para que tudo fique como está.