24 de março de 2018

A ÉTICA É PARA OS OUTROS. Parece que o novo Presidente do PSD tem como primeiro objectivo perder por pouco as eleições do próximo ano. A ser verdade — por si só uma coisa extraordinária —, coloca-se, desde já, uma questão prática: Rui Rio vai, na campanha eleitoral para as legislativas e europeias de 2019, apelar ao voto para vencer, ou para perder por pouco? Suspeito que a ambição — ou falta dela — lhe vai causar dissabores a curto prazo, sobretudo com os media, que não o pouparão — e são bem conhecidas as fúrias de Rio com os media. Parece, aliás, que já começaram. O novo presidente dos sociais-democratas iniciou o mandato acusando os media de lançar uma campanha contra Elina Fraga e Salvador Malheiro, ambos vice-presidentes do partido. Agora, sobre o já ex-secretário-geral Barreiras Duarte, forçado a demitir-se após ser acusado de falsificar o currículo, Rio começou por dizer que foi um erro prontamente corrigido — mas acabou, tarde e a más horas, por aceitar o inevitável, mostrando total inépcia a gerir o caso e que a ética, afinal, não se aplica a todos. Não sendo eu militante do PSD, a questão não me diz directamente respeito. Mas como Rio se arrisca a ser primeiro-ministro, já não posso dizer que me seja totalmente indiferente. Devo dizer que sempre tive o então presidente da Câmara do Porto como arrogante e autoritário. Por aquilo que tenho visto nas últimas semanas, não será fácil mudar de opinião.