31 de janeiro de 2020

OS BOIS PELOS NOMES. Talvez por ser independente, nunca percebi os motivos de tanto ódio ao ex-presidente Obama. Tudo de que o acusam e é verdadeiro (a maior parte das acusações são falsidades) não me parece bastante para tanto ódio, extensivo, também, à ex-primeira dama. Que não se goste de Obama, é normal. Que se pense politicamente de modo contrário, normalíssimo. Que se pertença a uma força política que se lhe opõe, faz parte de uma democracia saudável. Mas odiar, confesso que não vejo porquê. A não ser porque Obama é negro (ou de cor, ou afro-descendente, ou afro-americano), e como não fosse bastante, não foi uma tragédia eleger um presidente negro. Sim, tanto ódio não fundamentado só pode ser racismo, neste caso de brancos contra negros (também há de negros contra brancos), essa praga que ainda nenhum remédio foi capaz de erradicar. Claro que, tirando os supremacistas brancos, que os há mais do que parece, a maioria dos racistas não se assume como tal. Porque nalguns casos a lei o impede, por ser publicamente condenável, pela correcção política, por mera cobardia. Mas, sobretudo, porque não têm um único argumento que sustente a superioridade de uma raça sobre outra.