29 de abril de 2021


Keith Jarrett

MEMÓRIAS DE UM ÁTOMO (2).
 Na minha adolescência, a música servia para dançar ou não servia — logo era boa ou má consoante cumprisse, ou não, essa função. Julio Iglesias é o primeiro músico de que me lembro. Depois veio o rock, que naquela altura não tinha as sub-designações que hoje tem, de que me fui afastando depois de conhecer praticamente tudo dos Dire Straits e Pink Floyd, e algum rock-jazz. Comecei a ouvir música clássica pouco depois graças a um programa de rádio, o Em Órbita, que na altura passava o que designavam por música antiga, quase sempre do período barroco, ao mesmo tempo que ouvia o primeiro jazz a sério, sobretudo Keith Jarrett, de quem viria, anos depois, a assistir a concertos memoráveis, a solo e em trio. Vieram outros depois, Miles Davis e assim, e contemporâneos de várias origens. E Beethoven, na música clássica, talvez o compositor que mais aprecio, a par de Mahler, de quem um dia vi o registo da Sinfonia Nº 5 pela Lucerne Festival Orchestra dirigida por Claudio Abbado e me ficou para sempre.