10 de julho de 2006

O presidente da Câmara do Porto resolveu publicar um artigo no DN para explicar o acordo entre a autarquia portuense e a comunicação social local. Segundo ele, o episódio foi mal contado pelos jornais, pelo que havia que repor a verdade. E que verdade era essa que os jornais deturparam? A restrição confinou-se «a não criticar a câmara apenas no âmbito do que, por ela, é apoiado», disse Rui Rio. E acrescentou: a Câmara «aceita a crítica em tudo menos naquilo que é objecto de acordo» e que foi «por ambas as partes assinado». Como se vê, o autarca limitou-se a repetir o que os jornais já tinham dito — e que toda a gente já tinha percebido. Se não, vejamos: o que significa não criticar a Câmara no âmbito do que por ela é apoiado? E o que quer dizer quando diz que não se aceita a crítica naquilo que previamente foi acordado? Não será isto chantagem sobre a imprensa local? Não será isto censura pura e dura? Que outra leitura pode isto ter que não seja a que foi feita?