24 de julho de 2013

QUE BEM PREGA FREI TOMÁS. Não li as reportagens do Público sobre a última greve dos professores e as peças do Diário de Notícias sobre um alegado corte de medicamentos aos idosos e sobre não sei que argumento que terá levado o DN a concluir que os juízes não condenam os ricos, que Miguel Sousa Tavares considerou facciosas, e a propósito das quais sentenciou que o jornalismo já viu melhores dias. Mas dou de barato que tem razões de queixa sobre as peças a que se refere e que o jornalismo já viu melhores dias, embora sobre este último ponto eu tenha mais dúvidas que certezas. Acontece que Miguel Sousa Tavares não tem autoridade para dar lições de jornalismo. Quem leu o que ele publicou sobre a invasão do Iraque por Bush filho? Eu li, tenho presente o essencial do que ele então disse, e devo dizer que não gostei. Não por causa das suas opiniões, mas pelas constantes inverdades e manipulação dos factos de modo a concluir — e a fazer concluir — o que pretendia. Lembro-me bem disso, e por várias vezes escrevi contra tais práticas (ver aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, e aqui). Convém, portanto, que o Miguel recorde o seu próprio passado, e que ponha a mão na consciência antes de vir dar lições sobre as quais me parece não ter autoridade.