26 de fevereiro de 2014

EMIGRAR PARA PORTUGUÊS VER. Por razões que não interessam, emigrei há mais de duas décadas. Hoje, olhando para o estado a que um bando de irresponsáveis deixou o meu país, não exagero se disser que me saiu a sorte grande. Por variadíssimas razões, à cabeça das quais porque a esta hora estaria a fazer as malas, depois de perder o emprego e a esperança de arranjar outro. Triste país, o meu, que investe fortunas em educação para formar cidadãos que depois vão criar riqueza para países que neles não investiram um centavo. Triste país, o meu, que nos últimos dois anos viu emigrar mais de 200 mil portugueses, oito mil (repito: oito mil) com mais de 65 anos. Triste país, o meu, que se comove com artistas menores, que em público vertem lágrimas que não vertem em privado — e que de uma hora para a outra, graças a uma investigaçãozita, vêem a «tragédia» de emigrar tornar-se uma verdadeira comédia. Comédia, por sinal, que custou milhares de euros aos contribuintes, e com a qual certamente não se terão divertido — nem saído mais instruídos, como pretendem estes «profetas».