28 de fevereiro de 2014

PROGRESSISTAS DO RESTELO. Para não variar, e porque assim se julgam dispensados de argumentar, alguns defensores do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (AO90) chamam aos seus detractores velhos do Restelo, preguiçosos, snobs, como se a questão fosse entre velhos e novos, «conservadores» e «progressistas». É o caso de Carlos Enes, deputado do PS, que também para não variar não apresentou um único argumento a favor do dito, muito menos se deu ao cuidado de explicar por que é necessário um acordo ortográfico entre falantes da língua portuguesa quando é sabido que as grandes potências linguísticas convivem diariamente com dezenas de variantes da mesma língua e nunca precisaram de um acordo para coisíssima nenhuma. Aliás, os «acordistas» distinguiram-se desde a primeira hora por uma impressionante miséria argumentativa, e ultimamente por um silêncio sepulcral. Tirando abstraccionismos quase sempre embrulhados em frases pomposas, que qualquer semi-letrado descobre vazias de substância, não se lhes vê o mais leve argumento. Por que será? Como é cada vez mais evidente, porque não os têm.