30 de abril de 2003
Segundo a Lusa, a dirigente comunista Manuela Bernardino reafirmou, no Avante!, a solidariedade do PC ao regime cubano, apoiando o direito soberano do país de "defender a segurança dos seus cidadãos". Bernardino não tem dúvidas que está em curso "uma intensa campanha contra Cuba", cujo pretexto foram as "duras condenações de cubanos não por delitos de opinião mas porque, como os tribunais concluíram, agiam como mercenários". Palavra de honra que foi isto mesmo o que ela disse.
29 de abril de 2003
"O Presidente dos Estados Unidos resolveu homenagear numa luzida cerimónia na Casa Branca os jornalistas americanos que «cobriram» a guerra no Iraque. Mais estranhamente ainda, os jornalistas compareceram às centenas. Mas esta estranha promiscuidade entre o jornalismo e o poder político em Washington pode explicar por que é que quase todos os «media» americanos mais pareciam claques guerreiras e por que é que uma boa parte dos ditos jornalistas mais pareciam papagaios dos generais que conduziriam a guerra." Segundo Vital Moreira, mais uma vez fica provado que os americanos, neste caso concreto os jornalistas, são uma cambada de estúpidos. A arrogância intelectual deste senhor não tem emenda.
26 de abril de 2003
Concordo que a estação de televisão americana Fox News prestou um péssimo serviço ao jornalismo com a cobertura da guerra no Iraque. Mas já não reconheço qualquer autoridade ao director-geral da BBC para fazer críticas ao canal americano. Muito menos que ele tenha "autoridade" ou "legitimidade" para o fazer, como garante o Diário de Notícias, já que o comportamento da BBC na guerra do Iraque foi, também ele, uma autêntica vergonha.
24 de abril de 2003
Vicente Jorge Silva continua a destilar ressentimento anti-americano. Ou melhor, ressentimento anti-Bush, já que Vicente é dos que gosta de dizer que o seu problema é com Bush e não com os americanos. E que diz Vicente sobre o que ele designa por "Bush Boys"? O costume. Que são simplistas, fundamentalistas e pobres de espírito. Ah, esta "superioridade intelectual" de Vicente Jorge Silva.
22 de abril de 2003
Tudo serve ao senhor José Vítor Malheiros para demonstrar o seu anti-americanismo primário. Até uma tragédia envolvendo duas crianças, que se passou em Lisboa, é culpa dos americanos. A estupidez não tem limites.
Sabedor de que as mentiras sobre a Guerra do Golfo não têm consequências, o senhor Vital Moreira disse, hoje, mais uma: que os EUA "não hesitaram em utilizar armas proibidas propositadamente contra populações civis". E depois ainda teve o descaramento de dizer que "provavelmente nunca como nesta guerra [do Iraque] se investiu tanto no condicionamento da informação e na manipulação da opinião pública". Que lata, senhor Vital. Nem o ministro iraquiano da informação faria melhor.
19 de abril de 2003
Ruben de Carvalho, que não se conforma com o facto de a guerra no Iraque ter sido feita com uma "cobarde desproporção de meios" e por ter acabado da forma que se conhece, diz que houve, em Bagdad, um saque organizado "vigiado à distância por marines". E organizado por quem? Infelizmente não disse. Ficou-se apenas pelo desejo e pela mentira.
Atenção ao texto de Helena Matos no "Público" de hoje. Só um cheirinho: "Em Março, na edição portuguesa do ‘Le Monde Diplomatique’, Mário Soares (…) anunciou que o ataque ao Iraque será «com muita probabilidade, a maior tragédia do século XXI». Estamos no início do século e já estamos a fazer-lhe o balanço?"
18 de abril de 2003
Miguel Sousa Tavares, outra vez. Agora porque aparece, na sua crónica de hoje, a "chorar" os feridos de Bagdad com um exercício tão demagógico como oportunista. Porque, para ele, as vítimas inocentes são chocantes, embora nunca os mortos e desaparecidos durante o regime de Saddan lhe tenham mereceido um comentário. E foram milhares, não foram? Ah, já me esquecia. Com uma arrogância intelectual que mete dó, lá vem ele com mais um chorrilho de mentiras que tenta fazer passar por factos. Porque será que tem necessidade de recorrer sistematicamente à mentira para defender os seus pontos de vista?
16 de abril de 2003
O senhor Joaquim Fidalgo tentou fazer crer, na sua crónica de hoje no "Público", que não é anti-americano primário. Só que — vá lá saber-se porquê — a prosa demonstrou precisamente o contrário. Também o senhor Fernando Rosas insiste em ver, no Iraque, "cidades inteiras destruídas" e "milhares de vítimas civis dos bombardeamentos ou do fogo da tropa anglo-americana". Como diria Francisco José Viegas, um caso sério de dioptrias. Mas nem tudo são desgraças. A crónica de Vasco Graça Moura, por exemplo, é imperdível.
15 de abril de 2003
Na sua cruzada contra os americanos, o senhor Vital Moreira voltou a mentir. Diz ele, na sua crónica de hoje no "Público", que a tropa americana demonstrou falta de escrúpulos, como "se mostrou na fria utilização de bombas de fragmentação contra mercados populares". Percebe-se que as vítimas civis do lado iraquiano, que ele diz lamentar (palavra de honra), façam jeito ao senhor Vital. Mas daí a dizer-se que os americanos atingiram propositadamente civis, só mesmo quem tem falta de escrúpulos.
14 de abril de 2003
O nosso prémio Nobel da Literatura manifestou "decepção" face ao regime de Fidel Castro. "Cuba (...) perdeu a minha confiança, destruiu as minhas esperanças e defraudou as minhas expectativas", escreveu Saramago num artigo de opinião publicado no "El País". Sem dúvida o acontecimento do dia. E caso para dizer: aleluia!
12 de abril de 2003
Miguel Sousa Tavares resolveu baixar as armas e apelar ao rigor dos factos. Palavra de honra que foi isto o que ele fez na crónica de ontem no "Público". Isto depois de passar as últimas semanas a distorcer os factos e a dizer que era propaganda tudo o que não lhe convinha. E, para ilustrar o "rigor dos factos", começou por dizer que só viu "uma dúzia de civis festejando a sua «libertação» junto aos ingleses" e "algumas dezenas de iraquianos festejando o derrube da estátua de Saddam". Enfim, "meia dúzia de oportunistas". Mais adiante, porém, lá acabou por reconhecer que terão sido milhares, como também reconheceu "que a guerra foi conduzida com o máximo de eficácia e, salvo alguns incidentes de passagem, com o mínimo de danos civis colaterais." Eu confesso que estou espantado. Apesar de a "dúzia de civis" se ter transformado, numa questão de parágrafos, em milhares, sempre é um avanço. A que se deverá tamanha mudança? Um súbito golpe de lucidez? Uma tentativa de não ficar do lado errado da história?
11 de abril de 2003
10 de abril de 2003
O vice-presidente do Conselho Português para a Paz e Cooperação afirmou, no "Público" de hoje, o seguinte: "Os dirigentes dos EUA sonharam, divulgaram e venderam que os iraquianos iriam aplaudir os soldados americanos. Acaso podem agora dar o braço a torcer?" Acontece que, como se sabe, os iraquianos aplaudiram os soldados americanos. Acaso pode o senhor Domingos Lopes dar o braço a torcer?
9 de abril de 2003
Robert Fisk está a ficar cada vez mais desesperado. Até parece que é ele que está a perder a guerra. Vejam só a crónica de ontem no "Independent".
8 de abril de 2003
Tornou-se moda falar mal da CNN. Só que, às vezes, os argumentos não convencem, como não convencem os argumentos de Vítor Malheiros, no "Público" de hoje. Então a comparação da CNN à televisão estatal iraquiana só mesmo de quem não sabe do que fala (o que não é o caso) ou de quem pretende enganar os incautos (o que parece ser o caso). Convém dizer que eu não aprecio a CNN. Mas, compará-la à tv iraquiana, é pura demagogia. Nada inocente, aliás.
7 de abril de 2003
Prémio ministro iraquiano da informação: Isabel do Carmo, que escreveu no "Público" de hoje uma pérola de antologia. Aqui fica um cheirinho: "O regime de Sadam era execrável, como muitos no mundo, mas antes do bloqueio (…) era um país com educação, saúde e comunicações gratuitas, um regime laico, com escolas mistas". Mais outro: "O Papa e muitos dos chefes da Igreja Católica tomaram uma posição histórica, inequívoca, que rompe com atitudes do passado e que temos todos de homenagear; líderes de outras religiões perderam uma boa ocasião de falar".
5 de abril de 2003
Manuel Alegre acha que, na guerra do Iraque, "o inimigo já não é Saddam, é o próprio povo iraquiano". E depois acrescenta: "já se noticiam prisões de civis e a eventualidade da sua transferência para Guantánamo". Porque será que todos os que são contra a guerra precisam de deturpar os factos e de recorrer à mentira?
4 de abril de 2003
Miguel Sousa Tavares, que resolveu desfiar o currículo guerreiro no "Público" de hoje e dizer que a limpeza étnica e as valas comuns no Kosovo foram uma invenção dos americanos, acha que a guerra é cobarde porque existe "uma desproporção dos meios em presença". Fica, portanto, a sugestão para que, a partir de agora, se distribuam equitativamente os meios bélicos pelas diversas facções em disputa sempre que haja uma guerra.
Villaverde Cabral está desancantado com o Governo de Lula da Silva. Porque, diz ele, os governos de esquerda, uma vez no poder, usam sempre políticas conservadoras. Por que será?
3 de abril de 2003
A França, que acha que a intervenção americana no Iraque é ilegal mas depois deixa usar o seu espaço aéreo para que aviões britânicos e americanos bombardeiem o regime iraquiano, veio ontem, pela terceira vez após o início da guerra no Iraque, pôr-se em bicos de pés. "Os franceses não devem enganar-se de adversário. Perante o regime cruel e ditatorial de Saddam Hussein a França situa-se no campo do direito e da paz. Na guerra isto conduz a França situar-se no campo dos seus aliados, as democracias", diz Dominique de Villepin em entrevista a uma televisão francesa. Isto depois de o mesmo ministro ter defendido, em finais de Março, "uma relação renovada de confiança e proximidade” com os EUA. “Porque foram construídos sobre uma base de valores comuns, os Estados Unidos e a França têm uma vocação para renovar uma cooperação estreita e solidária", disse ele. E porque Paris "compreende o imenso traumatismo de que os EUA foram vítimas" no 11 de Setembro de 2001 e "partilha a sua determinação total em combater o terrorismo por todo o mundo e sem hesitações". Palavra de honra que foi isto o que ele disse.
1 de abril de 2003
José Rodrigues dos Santos "não consegue controlar a sua excitação bélica, por vezes infantil: faz perguntas como se fosse o Sr. Sabichão e gesticula, de pé em frente ao ecrã de plasma, como se fosse um arrumador de automóveis. Num rebanho de cabras vê iraquianos de joelhos rendendo-se em massa." É a Guerra na Televisão de Eduardo Cintra Torres, no "Público" de hoje.
Tal como Vital Moreira, Vicente Jorge Silva está preocupado pelo facto de "os principais editorialistas dos chamados jornais de referência portugueses" se terem destacado "pelo seu apoio militante à guerra no Iraque". E dá algumas explicações para o fenómeno: "A primeira é a vulnerável situação financeira da maior parte dos órgãos de comunicação social, que favorece a apatia e a domesticação das redacções — temendo pela segurança dos postos de trabalho — face ao protagonismo autista dos seus directores. A segunda é a tendência tradicional para o oficiosismo e o colaboracionismo com o poder que caracteriza os tempos difíceis — tempos de guerra, tempos de incerteza económica e de angústia social relativamente ao futuro." Está visto que Vicente Jorge Silva não consegue perceber que haja quem não pense como ele. E, como não percebe, quem não pensa como ele só pode estar ao serviço do capital ou do poder. Sem dúvida que o pior cego é o que não quer ver.
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