31 de julho de 2003

Parece que a deputada/jornalista Maria Elisa está a convalescer... na RTP. Sim, o "Público" diz que ela pediu suspensão do mandato como deputada por um prazo de 50 dias, alegando motivos de saúde. Depois de ter tentado, logo que foi eleita deputada, acumular a profissão de jornalista com a de parlamentar, bem como os respectivos honorários, Maria Elisa lá arranjou um expediente para levar a dela avante. Curiosamente na mesma altura em que o governo anuncia um projecto que diz permitir combater as baixas fraudulentas. Até melhor explicação, mais um caso de esperteza saloia.
Eduardo Prado Coelho escreveu sobre os blogues. Para falar bem e mal, embora mais mal de que bem. Seja lá como for, Prado Coelho escreveu sobre o tema da moda, e muito provavelmente sobre o único assunto que lhe faltava escrever. Ah, já me esquecia: o texto fala ainda de chá verde, embora não revele a que propósito (talvez seja o tema de amanhã). Quanto aos blogues, agora já só falta a opinião do professor César das Neves e do arquitecto Saraiva. Espera-se que para breve.

30 de julho de 2003

Se você, caro leitor, não sabe quem é Arvo Pärt, deixe-me que lhe diga que não sabe o que perde. Não, não é jogador de futebol ou apresentador de "reality shows". É um compositor estónio, 67 anos, autor de algumas obras que eu considero sublimes. Sim, eu disse sublimes. Ouçam "Für Alina" e "Te Deum", de preferência a recato, e verão do que falo. Garanto-vos que são duas verdadeiras obras-primas, que eu já ouvi uma dúzia de vezes e ainda não me cansei. Alguém disse que ouvir a música de Pärt é como estar na presença de deus. Um exagero, é claro. Mas eu, que ateu me confesso, não contesto. O que pensará o Crítico disto?
O Valete Frates! chama a atenção para um artigo de Denis Boyles, na National Review de ontem. É sobre o comportamento «exemplar» da BBC na guerra do Iraque, que muito gente considerou «independente».
O 11 de Setembro foi «feito» para justificar o aumento das despesas com a defesa dos EUA, garante Isabel do Carmo no "Público" de hoje. Não, não é mais uma teoria da conspiração, diz a senhora. Trata-se apenas de um disparate, diria eu.

29 de julho de 2003

Dois anos e tal depois de ter deixado de fumar, descobri, após exaustiva inspecção ao guarda-roupa, que 17 pares de calças — dezassete — deixaram de me servir. Isto para já não falar das camisas, que não me dei ao trabalho de contar. Pois é. Isto de deixar de fumar tem consequências, e não só ao nível dos furos no cinto. Deixar de fumar é uma espécie de lavagem por dentro que, até ver, compensa.
Olhando o que por aí se escreve nos blogues, cada vez se torna mais evidente que os jornais estão cheios de analfabetos.

28 de julho de 2003

Vi a reportagem sobre os blogues em dois jornais televisivos. Fiquei a saber que a bomba inteligente é mesmo uma bomba, tem gato e fica embaraçada quando fala para a tv. Quanto ao resto, nada de novo: sempre os mesmos a dizer o mesmo. Dor de cotovelo, é claro.
Só agora li as parvoíces de Lúcia Guimarães, que parece muito incomodada com os blogues. Que bicho lhe terá mordido? Decididamente que a liberdade dos blogues incomoda muita gente.

25 de julho de 2003

Miguel Sousa Tavares sente-se traído na confiança que depositava nos juízes. Diz ele que «as ilusões de ontem foram caindo aos poucos, a golpes sucessivos de corporativismo, cegueira e arrogância da nossa magistratura». Um ataque demolidor à justiça que vale a pena ler com atenção.
«Só mesmo o reaccionarismo da maioria dos actuais governos da periferia da Europa do Sul e do Leste, incapazes de responder ao desafio da integração política europeia, explica o extemporâneo apoio à Administração norte-americana», diz Villaverde Cabral na sua crónica de hoje. E o que é o reaccionarismo? Bom, o reaccionarismo é uma daquelas coisas que se dizem sempre que não se tem argumentos credíveis para se sustentar uma ideia.

24 de julho de 2003

«Faz sentido que sendo a prisão preventiva uma medida excepcional, os presos preventivos representem em Portugal cerca de um terço do total de reclusos?», pergunta um conjunto de personalidades num manifesto assinado, entre outros, por Mário Soares e Freitas do Amaral. De facto, a serem verdadeiros (e acredito que sejam verdadeiros), estes números dão que pensar. Que pensar dão também as escutas telefónicas a Ferro Rodrigues, que parecem continuar. Gostaria de acreditar que o líder do PS está a ser escutado pela simples razão de que ninguém está acima da lei. Mas tenho dúvidas, muitas dúvidas.

23 de julho de 2003

Parece que há uma literatura de Verão — ou para ser lida no Verão, como os jornais não se cansam de nos lembrar com a publicação de listas e inquéritos. Eu tenciono ler nas férias aquilo que leio habitualmente e não consigo imaginar porque haveria de ser de outra maneira. Aliás, cada vez me convenço mais de que esta suposta literatura de Verão não passa de invenção dos jornais. Porque no Verão só lê quem já lê o resto do ano. Quem não lê o resto do ano, porque haveria de ler nas férias de Verão?

22 de julho de 2003

Vale a pena recordar aqui como Eça de Queirós, citando o autor de Madame Bovary, definiu o que é escrever bem: «Flaubert catava dos seus livros todos os termos que não pudessem ser usados na conversa pelo seu criado: daí vem ele ter produzido uma prosa imortal. E a razão é que só os termos simples, usuais, banais, correspondendo às coisas, ao sentimento, à modalidade simples, não envelhecem. O homem, mentalmente, pensa em resumo e com simplicidade, nos termos mais banais e usuais. Termos complicados, são já um esforço de literatura — e quanto menos literatura se puser numa obra de arte, mais ela durará.»

21 de julho de 2003

Ferro Rodrigues diz que querem «decapitar a direcção do PS» e que está em jogo o futuro da democracia. Segundo ele, trata-se de forças que «não são eleitas», que conseguem «fundir interesses financeiros», «mediáticos» e «fugas de informação». E que não têm quaisquer problemas em recorrer à «mentira», à «infâmia» e à «calúnia». Mesmo tendo em conta alguma demagogia, isto dá que pensar.
Graças às novas tecnologias, nomeadamente à Internet e ao "e-book" (sobre o qual já escrevi uma crónica), levei para a praia as últimas edições do "Diário de Notícias", do "Público" e do "Expresso", bem como os últimos textos de alguns blogues. Assim fiquei a saber que nada se passou na terrinha que mereça um comentário. Ou então foi do sol, da praia ou do mar, que tudo tornou secundário e nada interessante. A única coisa de que me lembro é da crónica de Inês Pedrosa, no "Expresso", onde ela pinta um interessante retrato do português médio. Além da novela Pinto da Costa, a que os jornais se agarram com unhas e dentes.

17 de julho de 2003

Segundo o "Público", o ex-secretário de Estado da Comunicação Social Arons de Carvalho terá instado a Alta Autoridade para a Comunicação Social e o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas «a reagir ao "código de conduta" que o "Expresso" publicou na sua última edição.» Nomeadamente no que se refere às escutas telefónicas, que o resto até acha «razoável». E o que diz o famoso "código de conduta" sobre as escutas telefónicas? Vejamos: «Os jornalistas não devem recorrer a aparelhos de escuta ou à intercepção de conversas telefónicas privadas, nem devem publicar informação obtida clandestinamente através daqueles meios». Mas com uma ressalva: a não ser que haja «interesse público». Ora, não se percebe porquê tanto alarido. O "código de conduta" do "Expresso" mais não é de que uma carta de intenções — e toda a gente sabe que não é para cumprir. Aliás, as abundantes ressalvas que nele se fazem encarregam-se largamente de demonstrar que aquilo é só para inglês ver.
Cada vez gosto mais de ler os Textos de Contracapa. Os dois últimos "posts" são crónicas sobre António Lobo Antunes e José Gomes Ferreira, ambas publicadas no DNA. Excelente a crónica sobre Lobo Antunes; uma delícia a crónica sobre José Gomes Ferreira.

16 de julho de 2003

É hoje que vou ler "O Estrangeiro", de Camus, que veio com o "Público" da última quarta. Li as primeiras duas páginas e não me apeteceu nada ter que adiar o restante para mais logo. Lá se vão os planos de acabar "Casei com uma Comunista", de Philip Roth, um livro cuja estória se passa aqui bem perto.
O Almocreve das Petas disse que eu aprendi «depressa as metodologias da administração neoconservadora americana». Eu só posso agradecer o reparo. Em primeiro lugar, porque os acessos ao meu blogue subiram em flecha. Em segundo, aprender depressa pode ser um sinal de inteligência.

15 de julho de 2003

Face às "evidências" que demonstram o "embuste em que se baseou a invasão do Iraque", o senhor Vital Moreira acha que "os variegados campeões da guerra" lhe devem uma explicação. E pergunta: "Por que esperam?" Ora, não querendo eu responder por eles, diria que os "campeões da guerra" esperam que Vital Moreira se retrate de todas as mentiras que não se cansou de escrever sobre a invasão do Iraque.
Segundo o "Diário de Notícias", continua a discutir-se, na Assembleia da República, que vai a Cancun participar num encontro parlamentar da Organização Mundial do Comércio. Será que esta gente não tem vergonha na cara?

14 de julho de 2003

A revista "Grande Reportagem", que parece ter os dias contados (vai passar a suplemento do "Diário de Notícias"), é uma publicação que se lê com prazer. Mais do que o conteúdo, a "GR" é uma revista muito bem escrita. Nota-se ali a mão de Francisco José Viegas, um escritor de quem só tenho lido as crónicas no "Jornal de Notícias" (muito bem escritas, aliás) e, mais recentemente, os textos publicados no Aviz. A "Grande Reportagem" mereceu, em tempos, uma crónica na minha página pessoal, onde eu manifestei reservas aquando da saída de Miguel Sousa Tavares, então director. Contrariamente ao que eu temia, não tenho dúvidas de que a revista mudou para melhor. Não propriamente ao nível do conteúdo, que me parece mais ou menos na mesma, mas ao nível da escrita e dos colunistas (estou a lembrar-me das crónicas de António Sousa Homem, por exemplo). Francisco José Viegas está de parabéns.
«The Iraqi government in the 1990s admitted to U.N. weapons inspectors that it had produced 8,500 liters of anthrax and a few tons of VX. Where are they?», pergunta Robert Kagan no Washington Post. Esta e outras perguntas, que os mais recentes acontecimentos procuram escamotear, continuam por responder.

11 de julho de 2003

Manuel Falcão chama a atenção para o "Código de Conduta" que o "Expresso" estará em vias de publicar. «A dúvida está em saber como regulamentam a publicação de fretes e em conhecer o livro de estilo da publicação de escutas telefónicas», adverte o jornalista. Os Marretas (atenção às «pequenas histórias sobre uma curta viagem» à Alemanha) tratam o semanário do arquitecto Saraiva por "jornal do saco". Está visto que há por aí um ódio de estimação ao "Expresso". E, já que se fala de jornais, atenção ao Guerra e Pas, onde se faz uma interessante análise sobre a imprensa portuguesa ("Visão", "Público" e "Expresso", até ver). Ainda em matéria de novidadas fresquinhas, Miguel Esteves Cardoso acha que os blogues constituem uma autêntica «revolução». E a entidade do Pipi conheceu mais um palpite: Rui Ângelo Araújo desconfia que se trata de João Pereira Coutinho, e diz não estar sozinho: há, pelo menos, mais uma pessoa que assim pensa. E mais outra, que sou eu.
«A recente guerra no Iraque não provocou apenas baixas militares: também causou baixas no jornalismo de referência», diz José Manuel Fernandes no editorial de hoje. Segundo o director do "Público", as baixas foram a BBC e o "New York Times", embora eu pense que tenha havido muitas mais (ver Valete Fratres!). Ainda no "Público" de hoje, especialmente para quem gosta de ler, a crónica de João Bénard da Costa.
Afinal, não foi só no dia da bola que os nossos deputados se baldaram aos trabalhos parlamentares em quantidades industriais, avisa o "Diário de Notícias" de hoje. Vinte e três por cento dos ditos senhores (65, pelas minhas contas) faltou ao plenário do dia 11 de Junho, um dia que teve a particularidade de ficar entalado entre os feriados do Dia de Portugal e de Santo António.

10 de julho de 2003

Mário Bettencourt Resendes atribui o abaixamento das vendas da imprensa generalista por todo o mundo ao «progresso dos media electrónicos», à «modificação de hábitos quotidianos» e ao «envelhecimento da idade média dos leitores». Mas acrescenta que, em Portugal, «o número de leitores de jornais, designadamente diários, aumentou ao longo da última década». Assim sendo, como explicará ele a queda de vendas do "DN"? Não será porque aligeirou demasiado o conteúdo, aproximando o "DN" da chamada imprensa popular?
"Polícia que leva nos cornos" é o título da crónica de Francisco José Viegas, no "Jornal de Notícias" de hoje. Para ler e recomendar.

9 de julho de 2003

"História Secreta de Uma Novela" é um "livrinho" que me trouxe à memória gratas recordações. Digo "livrinho" porque o formato (minúsculo) me fez lembrar a colecção "Seis Balas", salvo erro editada pela Agência Portuguesa de Revistas, que teve o mérito de me incutir o hábito da leitura. Para quem não sabe ou não se lembra, a colecção "Seis Balas" era constituída por uns livrinhos de "cowboys" escritos por autores portugueses disfarçados de americanos. As estórias eram todas iguais e invariavelmente terminavam com o artista a casar com uma boazona. O livro de Vargas Llosa fez-me ainda lembrar "Cartas a Um Jovem Poeta", de Rilke, que eu comprei numa livraria das Twin Towers de Nova Iorque com o intuito de sobre ele escrever um ensaio. Lembro-me que foi o primeiro livro que eu vi num formato tão pequeno, e que decidi comprá-lo porque eu gostava de Rilke. Além destas gratas lembranças, "História Secreta de Uma Novela" não é a "obra-prima" que me recomendaram, mas quase. É uma estória despretensiosa (na realidade é o texto de uma conferência na Washington State University, em 1968), que se lê num par de horas e que deixa água na boca. Há livros assim, mas cada vez menos. Nos últimos tempos só Francisco Coloane, um chileno que escreveu estórias belíssimas e onde hei-de voltar.

8 de julho de 2003

Os portugueses emborracham-se antes de ir para a estrada. Se não se emborracham, vão para a estrada como quem vai para uma corrida. Às vezes misturam as duas coisas — e com mais frequência do que seria de imaginar. O resultado de tudo isto só podia ser catastrófico: mortos e feridos em barda, especialmente ao fim de semana. Dos 30.272 automobilistas controlados pela Brigada de Trânsito durante o mês de Junho, 1.011 beberam mais que o normal. Dos 520.533 veículos fiscalizados pela GNR no mesmo período, 17.357 foram apanhados em excesso de velocidade. Tendo em conta a escassa fiscalização das autoridades, quantos mais seriam apanhados com excesso de álcool ou velocidade caso houvesse mais fiscalização? O dobro? O triplo? Ou será que passaria a haver menos?
Tirando quando nos interessam, sondagens são sondagens. Mas a que o "Público" divulgou no último domingo, sobre o que as pessoas pensam da justiça portuguesa, parece-me muito próxima da verdade. Os portugueses acham que «existem dois pesos e duas medidas nos tribunais»; que «os ricos e os poderosos conseguem mais vezes o que querem dos tribunais»; que há demasiada lentidão nos processos e excesso de amnistias. Nada que já não se soubesse, evidentemente. Mas é sempre bom haver números que o confirmem.

7 de julho de 2003

O editorial de Nuno Pacheco no "Público" de domingo tresanda a anti-americanismo primário. E depois não gosta esta gente que lhe chamem anti-americanos primários, que eles dizem nada ter nada contra os americanos mas sim contra Bush-filho. Como ontem tiveram contra Clinton e anteontem contra Bush-pai, lembram-se?
Hoje apetece-me recomendar três cronistas brasileiros que leio regularmente. São eles Luís Fernando Verissimo (O Globo e O Estado de São Paulo), João Ubaldo Ribeiro (O Globo e O Estado de São Paulo) e Mário Prata (O Estado de São Paulo). Bem sei que deve haver mais cronistas interessantes no Brasil, mas tenho andado sem grande tempo para pesquisas. Se alguém me quiser recomendar algum, sou todo ouvidos.

4 de julho de 2003

Após semanas seguidas de chuva e de temperaturas baixas para a época, eis que chegou o Verão. Os americanos aproveitaram o dia de hoje (aniversário da independência dos EUA) para se escaparem para a praia, tanto mais que hoje se iniciou um fim-de-semana prolongado. O resultado desta ânsia de sol e de praia não podia ser pior: estradas entupidas, filas nos prontos-a-comer, gente em cada palmo de areia. Salvaram-me uma centena páginas de "The Happy Isles Of Oceânia", de Paul Theroux, o melhor escritor de viagens depois de Bruce Chatwin.

3 de julho de 2003

Tal como aconteceu com a descoberta de Fernando Pessoa e, mais tarde, António Lobo Antunes, a descoberta de Vergílio Ferreira foi um deslumbramento. Nelson de Matos lembrava recentemente, no Textos de Contracapa, alguns episódios passados com o autor de "Para Sempre", e chamou a atenção para "Alegria Breve", que considera «um dos mais enigmáticos e fascinantes romances da literatura portuguesa contemporânea». É lamentável verificar, sete anos após a sua morte, como Vergílo Ferreira está completamente esquecido.
"A Cidade e os Cães", de Vargas Llosa, pode ser um bom livro. Mas eu já o tentei ler variadíssimas vezes e não consigo. Hoje coloquei-o na prateleira dos livros adiados, provavelmente para sempre, onde já existe um número considerável de "obras-primas".

2 de julho de 2003

À semelhança do que acontecia na China há uns anos atrás, onde o Dia Mundial do Combate à Droga seria comemorado com o fuzilamento de várias dezenas de traficantes e consumidores de droga, Luís Fernandes defendeu hoje, no "Público", o método dos chineses como «um acto importante». Porque «no combate à droga não pode haver cedências nem contemplações», argumenta. O senhor Fernandes fez-me lembrar que já vai sendo tempo de haver um debate sério sobre a legalização da droga, que eu defendo há muitos anos. Porque não começar este debate nos blogues?

1 de julho de 2003

Há por aí um ror de gente que não se cansa de lembrar que os chamados neoconservadores têm um passado de esquerda — ou mesmo de extrema-esquerda. Embora o (aparente) pudor os impeça de dizer o que pensam, é evidente que esta gente quer dizer que a mudança da esquerda para a direita constitui um pecado. Ora eu aconselharia a reflectir no seguinte: porque será que os esquerdistas se mudam com frequência para a direita e raramente se vê o contrário?