17 de março de 2021
PARA QUE CONSTE. Quarenta por cento das mortes por covid-19 nos Estados Unidos teriam sido evitadas se o então presidente Trump tivesse encarado o problema como devia. Comparados os números dos EUA com os restantes países do G7 (grupo que integra as sete maiores economias do mundo do qual os EUA faz parte), 180 mil vidas poderiam ter sido poupadas se Trump tivesse feito o que lhe competia. Em vez disso, preferiu atacar a comunidade científica, minimizar a gravidade da doença, espalhar teorias conspiratórias, promover medicamentos sem eficácia comprovada, e desvalorizar medidas como o uso de máscaras e distanciamento social. É o que diz, preto no branco, o estudo assinado por mais de três dezenas de investigadores provenientes dos EUA, Reino Unido e Canadá publicado na revista Lancet. Trump foi responsável directo e indirecto por milhares de mortes, e não foi por desconhecimento. Trump conhecia a gravidade do problema, e chegou a dizê-lo em privado. Daí que, à cautela (e pela calada), se vacinou logo que pôde. Instado pelas actuais autoridades sanitárias a recomendar a vacina aos seus apoiantes (mais de metade está renitente em tomá-la), Trump respondeu dando uma no cravo, outra na ferradura. Sim, a vacina é óptima, mas a liberdade de não a tomar também é óptima. Recomendar agora a vacina sem qualquer hesitação seria admitir erros passados, e não está no ADN de Trump admitir erros passados. Nem que isso poupe a vida dos seus.
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