15 de março de 2022
PUTIN JÁ PERDEU (2). Leio que o Presidente Zelensky estará disposto a aceitar, com algumas nuances, as exigências do Presidente Putin em troca do fim das hostilidades na Ucrânia. E que se o Presidente ucraniano tivesse aceitado antes as exigências russas ter-se-ia evitado a tragédia que estamos a ver. Quer isto dizer que a culpa da guerra é do Presidente ucraniano? Pouco me importa, numa guerra, quem tem razão. Importa-me, antes de mais, que ela não aconteça, e o resto é secundário. Mas dizer que a culpa é do presidente ucraniano, como vi dito por alguns colunistas, é deprimente. O presidente da Ucrânia não será um modelo de virtudes, muito menos o Churchill dos tempos modernos, mas tem razão e os ucranianos do lado dele. Não chegará para vencer, mas tem os argumentos que Putin não tem. Como escrevi pouco depois do início das hostilidades, é provável que Putin vença a batalha da Ucrânia. Mas a guerra, que o Presidente russo pretende fazer até reconstruir territorialmente a ex-URSS, está claramente perdida. E Putin com ela.
6 de março de 2022
OLHO POR OLHO. Imagino que os oligarcas russos, com quem Putin se reuniu logo no primeiro dia da invasão da Ucrânia, precisamente no dia em que ficou a saber-se que as sanções aos oligarcas tinham sido agravadas, estejam inquietos acerca dos seus futuros. Imagino, também, que os sujeitos não estejam dispostos a aguentar por muito tempo as restrições de que estão a ser alvo — e daí a pressa de Putin em acalmá-los. O Presidente russo criou e alimenta esta gente, que por isso o mantém no poder. Faltar-lhes com o alimento por muito algum tempo ser-lhe-á, portanto, fatal.
2 de março de 2022
PUTIN JÁ PERDEU (1). Vladimir Putin pode ganhar as próximas batalhas na Ucrânia, mas já perdeu a guerra. O sonho de recuperar o império perdido (a extinta URSS, que na fase final englobava 15 países, Ucrânia incluída) por todos os meios, incluindo meios violentos, morreu — ou morrerá — na Ucrânia. Falhada a Ucrânia (mesmo que a conquiste a curto prazo), desmoronar-se-á o sonho imperial de Putin. Para bem de todos, povo russo incluído, aguardá-lo-ão as monografias sobre corrupção e o caixote do lixo da História.
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