13 de abril de 2022
O MUNDO AO CONTRÁRIO. Impressionante o contorcionismo das esquerdas esclerosada e moderna para legitimar a decisão de Vladimir Putin invadir a Ucrânia — e, por consequência, deslegitimar Volodymyr Zelenskyy. Do presidente russo, dizem apenas que não deveria ter invadido a Ucrânia; do presidente ucraniano, que tratam por ex-comediante para o apoucar, ficam-se por generalidades que não se percebem e que, segundo eles, o tornam responsável pela tragédia em curso. Que a tropa russa eleja os ainda há pouco designados danos colaterais (morte de civis) como alvo principal, execute sumariamente civis e pratique a tortura e a violação, não lhes merece reparo — e, se merece, dizem que as alegações devem ser alvo de «investigação independente», como se as imagens que nos entram pelos olhos dentro se prestassem a dúvidas. É nestas alturas que se vê quem é pela democracia — ou, se quiserem, quem é incondicionalmente pela democracia. Putin, para eles, é um ditador que está «do lado certo» (leia-se o deles), logo o resto não interessa. E o resto são milhares de mortos, milhões de refugiados, uma tragédia sem fim à vista. Por culpa, evidentemente, do presidente russo, por mais acrobacias que façam para demonstrar o contrário.
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