28 de setembro de 2022
CORRUPÇÃO NA JUSTIÇA. Passou praticamente despercebida a notícia do Público dando conta de que um quarto dos juízes portugueses acredita que há corrupção na justiça, mesmo que «muito raramente». «A troco de dinheiro, vantagens não monetárias ou outros favores», prossegue a notícia, citando um inquérito aos magistrados sobre a avaliação que fazem da sua independência, individual ou de todo o sistema. «Houve distribuição de processos a juízes à revelia das regras ou dos procedimentos estabelecidos», diz ainda o inquérito. Ora, se um quarto dos juízes reconhece a existência de corrupção na instituição, o número será, certamente, maior. Ou seja, se a imagem da justiça já não não era boa, piorou depois desta revelação. E quem são, afinal, os juízes corruptos? Como só conhecemos dois ou três casos, não sabemos — logo todos estão sob suspeita. Todos querem resolver os problemas na justiça — os operadores judiciais, os governos, os políticos, etc. O problema é que, na prática, ninguém está verdadeiramente interessado em resolver. Continuamos, portanto, a ter uma justiça para quem pode comprar, outra para quem não pode.
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