31 de janeiro de 2003
Anda aí um ror de gente preocupada com o direito internacional que os Estados Unidos supostamente não estão (ou não vão) a cumprir. Mas nem uma palavra contra o Iraque, apesar de admitirem que este país viola o direito internacional. Entretanto, os EUA têm vido a procurar evitar o conflito. Depois de terem imposto o regresso dos inspectores da ONU ao Iraque, tentam agora convencer Saddam a aceitar o exílio. E estes senhores, o que têm feito eles? Exceptuando as asneiras do costume, rigorosamente nada.
"O prestígio do número nas civilizações contemporâneas avalia-se pelos generosos cálculos, a olho, de milhares, centenas de milhar ou milhões, consoante a boa vontade do repórter", diz Mário Mesquita na crónica de hoje.
30 de janeiro de 2003
"A falta de cooperação do Iraque com os inspectores do Conselho de Segurança da ONU não justifica uma acção militar", diz uma resolução aprovada pelo Parlamento Europeu. O documento pede ainda ao governo americano que "explore todas as vias políticas e diplomáticas de modo a assegurar um acordo pacífico". Bonito, não há dúvida. Infelizmente o documento não diz que "vias políticas e diplomáticas" concretas devem os americanos utilizar que já não tenham sido utilizadas com os resultados que se conhecem.
Vale a pena ler o editorial de José Manuel Fernandes, no "Público" de hoje, e a crónica de Francisco José Viegas, no "Jornal de Notícias". Já agora leiam a crónica de Eduardo Prado Coelho, no "Público", e vejam se conseguem perceber o seguinte pensamento: "(...) eu diria que há hoje uma esquerda que não tem um desejo de esquerda e uma direita que não tem um desejo de direita."
28 de janeiro de 2003
Interessantes as farpas trocadas entre a Coluna Infame e o Blog de Esquerda, dois dos mais interessantes blogs portugueses. Eu só queria deixar aqui uma pequena questão ao Blog de Esquerda: porquê tanta indignação sempre que Israel ataca os palestinianos e nem uma palavra quanto sucede o contrário?
24 de janeiro de 2003
"A Comissão Europeia considera que os quatro países da União Europeia membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (Reino Unido, França, Alemanha e Espanha) deverão alcançar uma posição comum sobre o Iraque, para não porem em causa a credibilidade de uma política externa comum europeia", diz a Lusa. Porem em causa "a credibilidade de uma política externa comum europeia"? Essa é boa! Mas desde quando é que a Europa tem política externa comum? Em vez de dividir a Europa entre "velha" e "nova", que tanta "indignação" causou, o senhor Rumsfelf devia antes ter dito que esta Europa é uma ficção.
No mesmo dia em que a França e Alemanha anunciaram a recusa de "uma legitimação da guerra" contra o Iraque e depois se apressaram a demonstrar a sua mais profunda indignação pelo facto de o secretário da defesa dos EUA lhes ter chamado "velha Europa", alguns países vizinhos do Iraque (Egipto, Turquia, Arábia Saudita, Síria, Jordânia e Irão) pediam a Bagdade para cooperar mais com as Nações Unidas. Curioso, não é?
23 de janeiro de 2003
Atenção à crónica de Francisco José Viegas, no Jornal de Notícias. Atenção também para a crónica de José Manuel Fernandes, no Público. Atenção ainda para a notícia que nos dá conta que os Beatles deixaram de fumar. Exactamente. Deixaram de fumar. A proeza foi de um fabricante de cartazes, que retocou a capa do álbum Abbey Road e assim removeu o cigarro da mão de McCartney.
22 de janeiro de 2003
"A luta pela paz não pode ficar presa às decisões do Conselho de Segurança", diz o senhor Fernando Rosas na sua crónica de hoje. Ou seja: sim à ONU quando convém; não à ONU quando não convém.
20 de janeiro de 2003
16 de janeiro de 2003
A ler com atenção a crónica de Pacheco Pereira, no "Público" de hoje. "Os autores do manifesto [Pela Paz Contra a Guerra] ou não o perceberam, lutando contra os moinhos de vento de um "Império" que não existe, ou perceberam-no bem de mais e preferem Saddam a Bush", diz o ilustre deputado. Vale a pena ler ainda a notícia do lançamento do "Vai Pensamento", do mesmo Pacheco Pereira, no "Diário de Notícias". Não esquecer ainda que hoje é dia de crónica de Luis Fernando Veríssimo. Por sinal, imperdível.
13 de janeiro de 2003
10 de janeiro de 2003
O manifesto Pela Paz Contra a Guerra no Iraque, promovido por importantes figuras da pátria, denuncia, entre outras coisas, "a demencial violação pelas autoridades israelitas dos tratados e dos mais elementares direitos humanos dos palestinianos". Mas, sobre os ataques suicidas dos palestianos contra os judeus, nem uma palavra. E diz esta gente que é pela paz.
9 de janeiro de 2003
"A cultura juvenil revê-se no Quim Barreiros, nas peripécias futebolísticas e no Big Brother, num mundo de grosseria e ignorância em que ler alguma coisa mais do que os jornais desportivos ou a "Caras" é excepcionalíssimo", diz Pacheco Pereira na sua crónica de hoje.
5 de janeiro de 2003
José António Saraiva meteu-se a teorizar sobre as mulheres. "O discurso masculino tende a racionalizar a realidade, a explicar por que razão as coisas aconteceram de uma maneira e não de outra, enquanto o discurso feminino tende a acompanhar a realidade e a descrevê-la", diz ele na sua crónica. Vasco Pulido Valente, na sua crónica de domingo, chegou-lhe por tabela.
2 de janeiro de 2003
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