20 de março de 2003
Impressionante a "leitura" que as diversos forças políticas fizeram do discurso do presidente da República. Como Jorge Sampaio não disse rigorosamente nada de relevante, o discurso acabou por agradar a Governo e oposição, talvez mais ao primeiro do que aos segundos. Uns viram no discurso de Sampaio uma condenação explícita à decisão do governo quanto ao Iraque; outros um enorme "sentido de Estado" e "um apelo à serenidade". É claro que também houve quem se prestasse a fazer interpretações abusivas do discurso de Sampaio (ele nunca disse que a guerra era ilegítima, por exemplo, como Alberto Martins nos quis fazer crer no "Jornal 2"), colocando na boca do presidente coisas que ele nem sequer insinuou. O que só vem demonstrar que as razões dos que são contra a intervenção dos americanos no Iraque assentam invariavelmente em mentiras.