2 de outubro de 2003
O amplo consenso à volta da atribuição do Nobel da Literatura a J. M. Coetzee cheira-me a esturro. Cá para mim, grande parte dos intelectuais portugueses que se multiplicaram em declarações aos media apenas leram umas coisas à pressa sobre Coetzee para... prestar depoimento aos media. Um poeta guineense e uma escritora são-tomense deram-se mesmo ao luxo de dizer que estavam muito satisfeitos com a atribuição do Nobel a Coetzee, e depois confessaram desconhecer o autor. Até ver, só a escritora Maria Teresa Horta discordou, mas discordou porque acha que devia ser uma mulher a premiada e não um homem. Mesmo que ninguém me tenha perguntado, eu respondo na mesma: não tenho qualquer opinião sobre o escritor sul-africano. Por uma razão simples: nunca li.