24 de novembro de 2003
Foi-se a dor de dentes, ficou a tonteira dos remédios. Mesmo assim posso garantir-vos que o mundo passou a ser mais cor-de-rosa, mais tolerável. Não há nada como o alívio da dor de dentes — e não só de dentes — para nos reconciliar com o mundo, nem que seja por dois ou três dias. Não, não me converti a qualquer religião, mas quase. Mas posso garantir-vos que vi estrelas — estrelas amarelas, intermitentes, terríveis. Isto para vos dizer que tenho andado sem grande paciência para ler, e muito menos escrever. E, quando assim é, há pouco a dizer. A única coisa que me apetece fazer é chamar a atenção para a crónica de Eduardo Cintra Torres, no "Público" de hoje, onde ele decidiu fazer um mais que oportuno comentário acerca dos nossos «jornalistas enxertados». E para a crónica do dr. Prado Coelho, ainda no "Público" de hoje, onde ele diz não ter dúvidas de que os intelectuais são necessários mas manifesta uma dúvida intrigante: «como funcionam eles (os intelectuais) em tempo de "blogues"?»