9 de julho de 2004
Independentemente de se gostar mais desta ou doutra solução, é evidente que a única decisão sensata que podia ter sido tomado pelo Presidente da República face à actual crise política foi a decisão que tomou. Sensata e legítima porque a Constituição não deixa dúvidas quanto ao caminho a seguir, já não se podendo dizer o mesmo caso o presidente optasse por dissolver o Parlamento e convocasse eleições antecipadas. Não se compreende, pois, a «tempestade política» que tal decisão provocou, tanto mais que a hipótese de o PSD ser convidado a formar novo Governo foi sempre um cenário plausível. E ainda menos compreensível que o líder do PS se tenha demitido alegando uma «derrota pessoal», apesar de ter pelo PR uma «amizade de muitos anos». Pior só quando os jornalistas agem como se fossem funcionários políticos, como bem demonstrou Carlos Magno com uma arrogância e sobranceria impressionantes.