7 de julho de 2004
Todos os livros que emprestei até hoje fiquei sem eles. Todos — não me lembro de qualquer excepção. E fiquei sem eles por uma razão muito simples: não mos devolveram, e esqueci-me a quem os tinha emprestado. Mas, um dia, decidi cortar o mal pela raiz e não mais emprestar livros fosse a quem fosse. Não foi uma decisão fácil e custou-me várias incompreensões e inúmeros equívocos, mas nunca me arrependi de o ter feito. Cheguei, inclusive, a comprar livros para oferecer a quem mos pedia emprestados só para não ter que emprestar os meus, pois eu sabia que ia ficar sem eles. Foi mais ou menos isto o que, hoje, tentei explicar a um amigo meu que me pediu um livro emprestado, mas não me pareceu ter ficado lá muito convencido. É normal. Afinal, só quem já passou por elas ou atribui importância aos livros enquanto objectos (como é o meu caso) compreende o alcance do que estou a dizer.