24 de setembro de 2004
Numa entrevista ao Público (penso que já não está disponível "online"), o escritor sírio Ammar Abdulhamid admitiu que há um ódio generalizado do Islão ao Ocidente. E aponta um caminho a seguir para pôr fim a esse ódio: a «comunidade internacional» (leia-se o Ocidente) deve apoiar, «financeira e politicamente», os grupos reformistas no «caminho para uma compreensão diferente e mais moderna do Islão». Ora, a ser como ele diz, isso criaria um problema. Como iriam os sectores tradicionais do Islão entender o apoio do Ocidente aos tais grupos reformadores que não fosse uma ingerência no sentido de os controlar? Será que um apoio do género não iria gerar ainda mais ódio ao Ocidente? Será que não iria pôr em causa, porventura de forma irremediável, os fundamentos e capacidade de acção destes grupos reformadores?