2 de setembro de 2004
Parece claro que o Governo geriu de forma desastrosa o caso do "barco do aborto". Desastrosa porque acabou por ter a repercussão que não teria caso o governo não o tivesse impedido de entrar em Portugal. Mas isso não significa que o governo não tivesse razões para impedir o barco de entrar em Portugal. Muito mais razões que os senhores que por aí andam a fingir indignação e a mostrar-se «preocupados» com o problema do aborto, como se não soubéssemos que o objectivo deles é aproveitarem a situação para «facturar» mais uns minutos de telejornal — e não o real problema do aborto ou das mulheres que o decidem praticar.