14 de outubro de 2004
«Num local pequeno, não ter acesso às fontes oficiais de informação é como viver em clandestinidade informativa; (...) a Câmara [da Figueira da Foz] deixou de colocar publicidade institucional e nós, até aí, recebíamos anúncios com fartura», diz o ex-director de não sei que jornal regional, que acusou Santana Lopes de ter cortado relações com a publicação que dirigia. Segundo o que o cavalheiro em questão disse ao Público, os problemas não se ficaram por aqui: «como a nossa relação difícil era do domínio público, os anunciantes, num meio pequeno como este, também se coibiam de anunciar, com medo de estarem a ser coniventes com o jornal.» Não sei se isto é verdade ou não, e nem me interessa saber. O que me interessa reter é que estas declarações fazem um verdadeiro retrato da imprensa regional que temos. E que é, salvo raríssimos casos, uma imprensa absolutamente dependente do poder local. Nada que já não se soubesse, mas não há nada com os factos para o virem relembrar.