1 de novembro de 2004
O Independente noticiou que a Polícia Judiciária terá sob vigilância um cidadão argelino suspeito de pertencer a uma rede terrorista. Há uns meses atrás, o mesmo Independente noticiava que a PJ e o SIS vigiavam um grupo fundamentalista islâmico que se distingue por rejeitar os valores da sociedade ocidental, nomeadamente a televisão, o cinema e a música, além de defender a separação total dos sexos a partir da adolescência e considerar que o ensino oficial destrói a fé islâmica. E mais notícias houve que deram conta de suspeitas de actividades terroristas em território português, de que também se disse estarem sob vigilância policial. Acontece que uma notícia da Lusa da semana passada, que não vi em mais lado nenhum, dava conta de que um director da Polícia Judiciária dizia, não me lembro onde, que Portugal deve preocupar-se mais com o terrorismo, lamentando uma «certa desatenção» das autoridades portuguesas face a um fenómeno que é «uma luta de todas as democracias». Afirmava ainda o director da Judiciária: «não estamos a acompanhar a realidade, mas a tentar negá-la». E ainda: «mais tarde ou mais cedo, teremos de nos confrontar com a realidade do terrorismo». Quer isto dizer que as polícias portuguesas continuam a movimentar-se como se o terrorismo não existisse? Não me surpreenderia.