20 de dezembro de 2004

Apesar de Dias Loureiro ter garantido que o Presidente da República não será o adversário do PSD nas próximas Legislativas, é por demais evidente que o dr. Sampaio vai ser atacado forte e feio. Aliás, não vejo porque razão não haveria de ser. Por mais respeitável que seja o cargo que exerce — e seguramente que é —, Jorge Sampaio não está acima de críticas, e a decisão de dissolver a Assembleia da República presta-se a críticas. É mais que legítimo que o partido de Santana Lopes use a dissolução da Assembleia da República e a falta de argumentos do Presidente da República para se fazer de vítima. Assim sendo, o dr. Sampaio vai apanhar por tabela. Bem pode Dias Loureiro vir jurar a pés juntos que o partido a que pertence não atacará o Presidente da República que isso não vai acontecer. Os partidos da coligação até há pouco no poder vão ter que explicar ao eleitorado por que razão foram empurrados para a porta da rua, e isso não é possível explicar sem críticas ao Presidente da República. Quer queiram, quer não. A não ser que abdiquem de falar do passado, o que eu não acredito. É certo e seguro que PSD e PP vão querer demonstrar ao eleitorado que foram impedidos de governar quando achavam não haver razão para tal, como já o disseram várias vezes. Preparemo-nos, pois, para uma campanha eleitoral a doer. Por mim, antes isso que uma paz podre.