18 de fevereiro de 2005

Dois jornais portugueses de referência — o Público e o Expresso — tornaram-se protagonistas pelas piores razões. O primeiro porque resolveu dar uma «notícia» que não passou de um mera opinião, o segundo por dar uma notícia que se revelou falsa. Nada disto teria grande importância caso os visados não fossem políticos em campanha, no caso Santana Lopes, que ambos procuraram atingir a qualquer preço. Como se disse e repetiu, bem podem os jornais fazer «mea culpa» que o mal está feito e os objectivos alcançados. Curiosamente, O Independente — jornal por muitos considerado «sensacionalista» — foi mais sério e comedido ao dar a notícia de que José Sócrates está a ser investigado pela Judiciária, além de que, até ver, não disse nada que não tenha acontecido. A sensação com que se fica após estes episódios é que se chegou a um ponto que vale tudo, incluindo esbanjar um capital de credibilidade que não deve ter sido fácil construir.