2 de fevereiro de 2005
Quem viu a entrevista de Judite de Sousa a José Sócrates e, depois, a Paulo Portas, ficou com a sensação de que não foram feitas pela mesma pessoa. Compreende-se que os jornalistas de política tenham simpatias — e não só os jornalistas de política. Mas será assim tão difícil usar apenas critérios jornalísticos quando se faz uma entrevista? Será assim tão difícil fazer uma entrevista com um mínimo de isenção e distanciamento? Será demais pedir que se adopte um critério uniforme para todos os líderes políticos? Será exagero esperar que o entrevistador se comporte como um profissional? As entrevistas a José Sócrates e a Paulo Portas chegaram a parecer um frete, no primeiro caso, e um linchamento, no segundo.