8 de dezembro de 2005
Uma estopada o debate entre Mário Soares e Jerónimo de Sousa. De facto, o modelo adoptado, pelo menos o modelo adoptado pela RTP (não vi o debate da SIC), não funciona. Não vi o frente-a-frente entre Cavaco Silva e Manuel Alegre, mas fartei-me de ouvir quem o designasse como uma espécie de entrevista aos candidatos. Foi o que me pareceu com Mário Soares e Jerónimo de Sousa, pois debate foi coisa que não houve. Não que fosse desejável que os candidatos se pusessem aos berros, mas porque seria de esperar mais vivacidade e algum confronto de ideias. Talvez tenhamos demasiado presente o debate que opôs Mário Soares a Álvaro Cunhal (uma espécie de modelo a seguir) e estejamos a pedir demais. Quanto aos candidatos, Mário Soares decepcionou. Esteve muito defensivo (quem diria?), pouco interessado em questiúnculas com o adversário. Pelo contrário, Jerónimo de Sousa surpreendeu. Esteve quase sempre ao ataque, foi consistente nas respostas e não se coibiu de dar umas alfinetadas no adversário. Quem ganhou ou quem perdeu é coisa que não me aquece, nem me arrefece.