23 de janeiro de 2006
Antes de mais, acabou-se. Acabou-se a campanha eleitoral, acabou-se o mais que duvidoso interesse dos candidatos pelo «Portugal profundo», acabou-se o folclore diário que os media abundantemente relataram. Esta foi a primeira boa notícia. A segunda boa notícia foi a derrota de Mário Soares. Contra todas as previsões, que davam Mário Soares como o único candidato capaz de ombrear com Cavaco Silva, o ex-presidente da República não só esteve longe de incomodar o candidato da direita como acabou com um resultado humilhante. A terceira boa notícia foi o resultado de Manuel Alegre face a Mário Soares, que certamente nem os incondicionais do candidato da «cidadania» esperariam tão generoso. Depois há outras notícias que, para mim, são menos interessantes. Por exemplo, a notícia que dá conta da vitória de Cavaco Silva logo à primeira volta, e a notícia da derrota do Partido Socialista. Se no caso de Cavaco Silva há pouco a dizer, a derrota do PS ainda vai dar muito que falar. Sim, porque ninguém acredita que não vão haver consequências, apesar de o secretário-geral se ter apressado a dizer que vai manter o rumo e calendário traçados.