13 de fevereiro de 2006

O ministro dos Negócios Estrangeiros resolveu dizer que Portugal «lamenta e discorda» da publicação dos cartoons sobre o profeta Maomé e não dizer uma palavra sobre a violência daí resultante. Acusado de falta de solidariedade para com o parceiro europeu e de não ter condenado a reacção islâmica, Freitas do Amaral disse que não compreenderam bem o que ele tinha dito, e que a coisa até lhe dava vontade de rir. Agora, o ministro acha que o Ocidente tem sido o «maior agressor» do mundo islâmico, e que uns joguitos de futebol entre árabes e europeus talvez acalmem os ânimos (sobretudo se os segundos facilitarem a vida aos primeiros, presumo eu). Como já toda a gente disse e repetiu, o ministro dos Negócios Estrangeiros fez asneira atrás de asneira. O que inicialmente parecia um lapso (imperdoável, mas um lapso), confirma-se todos os dias que não foi. O homem pensa assim mesmo, e não há nada a fazer. Só não percebo que haja quem se interrogue se Freitas do Amaral disse o que disse em nome pessoal ou em nome do Governo. Afinal, desde quando um ministro tem opiniões políticas pessoais?