31 de maio de 2006

Por uma vez estou de acordo com Saramago: «ler sempre foi e sempre será coisa de uma minoria». O Governo não deve, por isso, meter o bedelho no assunto, nem precisa «saber quais são realmente os hábitos de leitura dos portugueses» — como anunciou ser sua intenção, a pretexto de que pretende «mobilizar toda a sociedade portuguesa para a importância da leitura». Vasco Pulido Valente dizia recentemente que «um hiper-mercado (...) promove a leitura mais do que qualquer imaginável intervenção do Estado». Dita assim, a coisa parece uma blasfémia, mas qualquer consumidor regular de livros facilmente constata a evidência.