12 de junho de 2006
Portugal venceu Angola e entrou da melhor forma no Mundial. Tirando isso, que não foi pouco, o resultado esteve aquém do que seria de esperar, e a exibição foi miserável. Os jogadores portugueses passaram a vida a reclamar, a fazer malabarismos desnecessários e inconsequentes, à espera que o tempo passasse. Valeu-nos que os angolanos não souberam aproveitar, e um árbitro generoso na marcação de faltas a nosso favor. Os assobios que se ouviram nas bancadas que sirvam, ao menos, para que os nossos artistas expulsem o rei da barriga, e arregacem as mangas na hora da refrega. É que, assim, a jogar como jogamos contra Angola, não vamos lá, e Portugal tem capacidade para fazer melhor. Dizem os optimistas que, comparando com as misérias alheias, a prestação portuguesa até nem foi má de todo. Pois seja, mas eu preferia que nos comparássemos aos melhores e não aos piores. Até porque as misérias dos outros não desculpam (ou justificam) as nossas. Dir-me-ão que o importante é ganhar, mesmo à tangente e com o credo na boca, e o resto é secundário. De acordo. Mas, reparem, eu não peço que sejamos brilhantes. Peço, apenas, que não nos façam passar por vergonhas, muito menos vergonhas perfeitamente escusadas.